11.8.20

POLÍTICA | Brasil tem cloroquina para jogar no lixo mas não tem testes para cuidar da população

 


O deputado Henrique Fontana (PT-RS) fez uma retrospectiva das declarações irresponsáveis do presidente Jair Bolsonaro ao longo da pandemia de coronavírus. 

“Um presidente que desmontou o ministério da Saúde em plena pandemia, um presidente que incentiva aglomerações, um presidente que sai para a rua sem uso de máscara, um presidente que boicota todos os mecanismos de prevenção da pandemia e por fim um presidente que faz propaganda falsa de um remédio que não cura e que leva à morte de pessoas”, afirmou o parlamentar. 

Segundo Fontana, o Brasil é o único país do planeta que em meio à pandemia tem cloroquina para jogar no lixo, mas não tem testes para monitorar a saúde da população.

10.8.20

VÍDEO | LIVE sobre os Precatórios do Fundef

Confira abaixo o vídeo integral da LIVE do SINTESJE - Sindicatos dos Trabalhadores em Educação do município de São José do Egito realizado em parceria com o SINTET - Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Tuparetama, com apoio da CNTE e CUT sobre os Precatórios do Fundef

A live foi mediada pela professora e atual presidente do SINTESJE, Rosângela Leopoldino com os debatedores Eduardo Ferreira (Assessor jurídico da CNTE ) e Tiago Salviano, da Salviano Feitosa e Associados, da São José do Egito. 

9.8.20

ARTIGO | Ressignificando vidas, ressignificando os dias dos pais


(*) Por Alexandre Júnior

A discussão sobre os dias dos pais na atualidade contempla uma ampla compreensão sobre aquilo que chamamos de “arranjos familiares”, as novas organizações de famílias na contemporaneidade, nos exige compreensões e alargamentos de conceitos como cultura e identidade por exemplo. 

A nossa herança cultural, desenvolvida através de inúmeras gerações, sempre nos condicionou a reagir depreciativamente em relação ao comportamento daqueles que agem fora dos padrões aceitos pela maioria da comunidade. (LARAIA, 2020). 

O que precisamos evidenciar é que a ação desta maioria na sociedade faz com que surjam o que chamaremos de “guetos sociais” - são as minorias sociais - que são chamados assim não pela relação quantitativa, ou seja, não por serem em menor número, mas simplesmente por terem menos acessos a leis e políticas públicas que os contemplem, e por sentirem a opressão da sociedade hegemônica sobre as suas formas de viverem e de interagirem com a sociedade que os oprime. 

“Concebida originalmente para questionar a formulação de que a biologia é o destino, a distinção entre sexo e gênero atende à tese de que, por mais que o sexo parece intratável em termos biológicos, o gênero é culturalmente construído”, (BUTLER, 2019). 

Partimos então de uma perspectiva para a construção dos dias dos pais no século XXI, validada pela ciência e não pela crença, entendemos que defendermos estas ideias nos dias de hoje, chega a parecer uma afronta já que estamos disputando espaço de fala com o negacionismo cientifico que tenta validar conceitos como: ideologia de gênero, kit gay, terra plana, e, que institui uma doença que dizimou mais de cem mil pessoas no Brasil, como gripezinha.

É neste cenário, expresso aqui em poucas linhas que defendemos as intimidades das pessoas, as identidades e as suas relações sociais estabelecidas a partir daquilo que somos, de como nos vemos e como interagimos socialmente. Desta forma, feliz dia dos pais para todos os pais do Brasil, os que são validados pela sociedade hegemônica, e os que precisam lutar para ter seus direitos reconhecidos e não sofrer violências, silenciamento e invisibilização de toda ordem. Feliz dia dos pais.  
(*)Alexandre Júnior (Recife-PE) é pedagogo, escritor e palestrante.
 

Referências 
BUTLER, Judith. Problemas de Gênero: Feminismo e Subversão da Identidade. 17º ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2019, p.p 25,26. 
LARAIA, Roque. Cultura um Conceito Antropológico, 30º Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2020, p. 67.

EDUCAÇÃO | Estudantes universitários de Tuparetama mobilizam-se por projeto para bolsas de custeio dos cursos

Uma comissão formada por jovens universitários do município reuniu-se com o presidente da Câmara de Vereadores, Danilo Augusto, para discutir a apresentação de um projeto de lei que regulamente a concessão de bolsas parciais de ensino superior e técnico. 

Os estudantes universitários e pré-universitários foram representados pelos jovens Augusto, Vinícius e Lucas Carvalho, foram alunos da escola de Referência Cônego Olímpio Torres e cursaram o 1° grau na Escola Municipal Francisco Zeferino Pessoa e na Escola Estadual Ernesto de Souza Leite. 

"Já apresentei requerimento ao prefeito deste município pedindo a reversão de 10% do ISSQN para bolsas integral ou parcial para estudantes do ensino técnico e superior, oriundos de famílias de baixa renda" falou o presidente Danilo Augusto.  

"Podemos garantir essa dotação na LOA para 2021, falta apenas sensibilidade do gestor, pois nem resposta recebi do requerimento enviado. Acredito que agora a proposta torna-se mais forte, pois com a ajuda do povo e o protagonismo dos jovens estudantes a causa ganha visibilidade e representatividade" concluiu Danilo. 

Segundo Augusto Almeida, graduando em FÍSICA pelo UFCG, "os jovens estão recolhendo assinaturas via e-mail e através de plataforma virtual, muitos estão se engajando nessa luta".

O município de Tuparetama tem uma lei que garante até 2020 uma ajuda de custo no valor de 5 mil reais para transporte universitário, a ser  repassado para uma associação de estudantes universitários. Segundo informações, o repasse feito pela prefeitura vinha sendo no valor de apenas 3 mil reais e algumas vezes com atraso.

TUPARETAMA | Contra assaltos, motociclistas organizaram buzinaço e abaixo-assinado cobrando ação das autoridades


Os motociclistas de Tuparetama realizaram na tarde desse sábado, 08 de agosto, um buzinaço pelas ruas da cidade e uma campanha para abaixo-assinado cobrando medidas imediatas das autoridades na repressão dos assaltos e furtos que vêm ocorrendo de forma crescente nos últimos dias. 

A cidade, que já foi pacata e sem registro de violência, tornou-se uma “terra sem lei” conforme noticiaram os blogs da região. 

Moradores recorreram aos blogs de Tuparetama e regionais e rádios locais cobrando uma resposta das polícias na ação preventiva e na investigação dos assaltos contra donos de motos no município. Somente nessa semana, cinco ocorrências foram registradas. 

Os blogs de Nill Junior e Marcelo Patriota relataram o drama: "Os assaltos ocorrem à luz do dia. Mototaxistas estão abandonando suas atividades após as 19h e a partir desse horário Tuparetama entra em estado de sítio, ninguém mais sai com motos pra lugar algum." 

A moto do mototaxista Ailson Pessoa foi tomada de assalto as 6h da manhã, só para citar um exemplo dos casos aqui ocorridos na semana. 

Assaltos ocorrem tanto na zona rural quanto na urbana. Furto de motos é o mais comum entre os roubos. 

O principal apelo do buzinaço de ontem e do abaixo-assinado é para que a SDS através do 23° e da inteligência da Polícia Militar e a Polícia Civil montem maior esforço no sentido de tentar restabelecer a paz e a segurança na cidade. 

TUPARETAMA | PT tem mais duas pré-candidaturas à Câmara de Vereadores: Dário Daniel e Maria Suely

 

O Diretório do PT de Tuparetama informou neste final de semana o nome de mais dois pré-candidatos a vereadores para as eleições deste ano, previstas para novembro. Trata-se da agricultora e líder comunitária Maria Suely e do jovem Dário Daniel, sobrinho do candidato a vice-prefeito Reinaldi Daniel. 

Maria Suely da Silva, integra o grupo Mulheres Guerreiras, de agricultoras. O grupo surgiu a partir de uma associação mista, da qual foi presidenta. Desta experiência nasceu a ideia de criar o grupo feminino com o apoio da ONG Casa da Mulher do Nordeste. 

O grupo já realizou diversas ações em parceria com organizações governamentais e sociais e também promove eventos solidários como o chamado DIA D, um grande evento que trouxe apoio de cabeleireiros, doação de alimentos, palestras com temas informativos, doação de brinquedos e sorteio de brindes para a comunidade. Possui ainda uma produção de doces que no momento encontra-se suspensa devido a pandemia. 

Foi a partir do seu engajamento na luta pela valorização das mulheres que Suely se filiou ao PT e decidiu lançar sua pré-candidatura. Coloca-se como defensora da luta por garantia dos direitos das mulheres e de outras minorias. "Tenho como motivação inspiradora o partido que possibilitou eleger a primeira mulher para a presidência da República, Dilma" disse Suely.. 

Dário Daniel, segundo informações repassadas pelo PT de Tuparetama,  é um jovem dedicado, de boa índole, com um bom relacionamento com a juventude da cidade em todas as classes sociais.  Sempre gostou de pesquisar e estudar os mais diversos assuntos.  Já atuou nos grupos EJC (Encontro de Jovens com Cristo) e GPC (Grupo para Cristo), da igreja católica, através dos quais desenvolveu diversas atividades filantrópicas. 

Filiado há  alguns anos no PT, vê a política como possibilidade de transformação positiva da sociedade,  como uma ferramenta democrática para atender às necessidades da população e pretende com sua candidatura inspirar e sensibilizar a juventude para a boa política.

ARTIGO | Pedro alçou vôo com seu anel de tucum.

 

Ricardo Rezende (*) 


Hoje é sábado, 8 de agosto de 2020. Pedro, como gostava de ser chamado, alçou voo. Foi ao encontro do Amado. Teve sua Páscoa. Quantas lembranças. Conheci-o provavelmente em 1977. Tinha chegado ao Araguaia com meus 24 anos e muita esperança. Fui trabalhar em Conceição do Araguaia. O Rio Araguaia levava até São Félix do Araguaia, 750 km rio acima. Ali morava um bispo santo e corajoso. O Pedro. O Casaldáliga. Magro, gestos contundentes e carinhosos e olhar firme, sandálias de borracha. Pedro poeta, jornalista, escritor, padre, bispo. 
Quando sagrado bispo preparou um documento onde colocava contra a parede a ditadura e seus projetos. Denunciou as mortes, a concentração da terra e o trabalho escravo em um documento contundente e se tornou uma referência ainda hoje nos estudos sobre o campo brasileiro e a escravidão contemporânea. Amaldiçoou o latifúndio e foi um dedo na ferida provocada pelas autoridades civis, militares e eclesiásticas. 

Catalão, nunca retornou ao seu país de origem. Não entrava em avião e, decidiu, a Prelazia não possuía carro. Os deslocamentos pastorais eram realizados de bicicleta, a cavalo, de ônibus. Mas João Paulo II, em 1980, cobrou sua visita. A visita ad limina deve ser feita por todos bispos de cinco em cinco anos a Roma.

Finalmente Pedro saiu do Brasil e tomou um avião e foi ver seu irmão mais velho, o bispo de Roma. A partir daí começou a empreender visitas aos irmãos da querida América Latina. Foi a América Central algumas vezes. Sua presença sempre foi questionadora. Achava que o papado devia ser simplificado e despojado. 

Escreveu cartas ao Papa. Mesmo os que divergiam dele de alguma forma, admiravam-no pela sinceridade e coerência. Pedro, com cada um, era uma atenção. E era firme. Não sedia se estava em questão o pobre, o sofredor, o posseiro ou o peão. 

Era abertamente parcial em favor do mais fraco e fragilizado. Pedro era uma referência para os que se dedicavam a um projeto de igreja encarnada, voltada para os esquecidos e perseguidos. 

Era um tempo de grandes bispos na fidelidade ao evangelho no Brasil: dom Helder Câmara, dom Waldir Calheiros, dom Tomás, dom Luís Fernando, dom Luciano Mendes, dom Aloisio e Ivo Lorscheiter, dom Adriano Hipólito… 

Eram muitos e eram perseguidos. E com alguns nos encontrávamos com frequência nas reuniões da Comissão Pastoral da Terra, como dom Tomás Balduíno, dom Celso Pereira, dom Moacyr Grechi e dom Pedro. Diversos responderam processo político militar na ditadura, como dom Estevão Cardoso de Avelar. Eram muitos, mas Pedro se destacava na franqueza, na coragem e na austeridade pessoal. 

Tive a benção de estar com Pedro em muitos encontros em diversas partes. Em reuniões, celebrações, assembleias e manifestações públicas em Goiânia, em Miracema do Norte, em Porto Nacional, em Belém, em São Geraldo do Araguaia, em Conceição do Araguaia e em São Felix do Araguaia. 

Estive em sua casa algumas vezes. A primeira, em 1979, quando fui pedir para que me auxiliasse a preparar o texto de minha ordenação sacerdotal. Viajamos juntos algumas vezes e me admirava de sua capacidade de escrever poemas no ônibus; de escrever livros e textos nas circunstâncias mais adversas – no calor, em local de movimentação de muita gente e barulho. 

Grande orador, seduzia-nos pelo exemplo e pela palavra. Diversas vezes ele nos apoiou. Especialmente quando matavam camponeses como fizeram com o Gringo. Ele, solidário, se deslocava para Conceição do Araguaia ou Itaipava. Estava conosco. 

Foi ao julgamento dos padres franceses e posseiros em Belém. De lá, tomamos o ônibus e fomos para São Geraldo do Araguaia, no Pará. Uma viagem de 700 quilômetros. Trocamos de ônibus em Araguaína, no Tocantins. Entre Araguaína e Xambioá, a Polícia Federal parou o ônibus e, rispidamente, nos obrigou a descer e vasculharam tudo que tínhamos. Estavam atrás de faixas, de cartazes, de panfletos “subversivos”. Sabiam que íamos inaugurar a igreja do Cristo Libertador em São Geraldo. 

Em determinado momento, um policial reconheceu dom Pedro e lhe disse meio sem graça: “Dom Pedro, desculpe. Se coloque no meu lugar.” O bispo se aproximou do policial, colocou as duas mãos sobre os seus ombros, olhou-o com afeto e respondeu: “Meu filho, você está me pedindo algo difícil: como me colocar em seu lugar?” 

Era, de fato, difícil, por ser ditadura, a polícia censurava, invadia e queimava casas, prendia com violência, torturava, servia a um projeto governamental que favorecia a concentração fundiária, a morte de posseiros e indígenas, ao trabalho escravo, à destruição do meio ambiente. 

Pedro conheceu a perseguição e a morte esteve sempre próxima dele. Nos seus braços magros e frágeis recebeu o padre João Bosco Penido Burnier. A bala talvez fosse para ele. O policial se equivocou. O bispo parecia podre demais, pequeno demais, magro demais, para ser bispo. Hoje, a igreja ficou mais pobre na palavra profética e na coerência. 

Pedro partiu na sua Páscoa e que olhe por nós, pelos indígenas, camponeses, posseiros, aflitos, enfermos. Olhe pelo Brasil na sua pandemia e na sua dor. O anel de Tucum brilhara esta noite de forma mais intensa. 

(*) Ricardo Rezende é padre, professor universitário e 
morou na diocese de Conceição do Araguaia (PA) por 20 anos.

VEJA O VÍDEO ABAIXO PARA ENTENDER A SIMBOLOGIA DO ANEL DE TUCUM
 

100 MIL MORTOS | Temos apenas 2,7% da população mundial, mas mais de 13,5% dos óbitos por covid


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...