Pesquisa lançada em outubro de 2020 identificou 74 iniciativas que garantem direitos educacionais a populações indígenas, quilombolas, do campo e de fronteira nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.
O material foi desenvolvido pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) no Brasil, com apoio da Porticus, uma das instituições parceiras do Conviva.
Dez pesquisadoras e um pesquisador trabalharam por nove meses para reunir referências de práticas, políticas e projetos implementados em 16 estados por governos ou organizações sociais para a população do campo, de fronteira, indígena e quilombola, com foco no desenvolvimento integral dos estudantes.
Informações sobre a iniciativa e artigos dos pesquisadores estão disponíveis no livro “Educação e práticas comunitárias: educação indígena, quilombola, do campo e de fronteira nas regiões Norte e Nordeste do Brasil”. Já nos quatro Cadernos de Projetos são detalhados 16 das iniciativas educacionais pesquisadas.
Para fazer download gratuito das cinco publicações e ver os resultados organizados em um mapa, acesse o site http://praticaseducativas.org.br/ (na Biblioteca do Conviva você também encontra os materiais: livro, educação indígena, do campo, quilombola, de fronteira).
Análise sobre a população pesquisada
“Extrema adversidade’ não é uma expressão fantasiosa para descrever como vivem comunidades do campo, quilombola, indígenas e pessoas que transitam entre fronteiras internacionais. Esses grupos enfrentam ameaças objetivas e sofrem pressões subjetivas para abandonarem suas formas de vida, suas percepções de si mesmos e de suas trajetórias coletivas”, escreve André Lázaro, consultor em educação membro da equipe da pesquisa, na publicação “Educação e práticas comunitárias”.
E continua: “Como pode a educação contribuir para que, mesmo em condições adversas,
mantenham sua força criativa, sua alegria de viver, fortaleçam a capacidade de criar riquezas e de compartilhá-las com as comunidades onde essa educação se enraíza e frutifica?”
Entre as conclusões dos pesquisadores está a importância do vínculo entre educação e as comunidades, e também o acesso à terra, conforme diz Renata Montechiare, coordenadora da pesquisa, em entrevista ao Conviva: “A existência da escola depende da reinvindicação comunitária nessas localidades. O acesso a terra é um ponto comum em todas elas, de diferentes formas – as populações que vivem na fronteira têm uma relação própria com os ambientes, que não é a mesma dos indígenas.”
Fases da Pesquisa
A pesquisa foi organizada em três etapas: análise dos dados do Censo Escolar, identificação de iniciativas nos estados em diferentes fontes, seleção de 16 das 74 iniciativas para detalhamento das informações.
“A precisão e a riqueza das informações coletadas foi possível graças ao constante diálogo com as organizações representativas de cada localidade e à presença das oito pesquisadoras integrantes das comunidades estudadas”, conta Renata.
E ela ainda faz um convite: diz que a identificação das iniciativas ainda continua, e que é possível fazer indicações de projetos e escolas diretamente pelo site.
Seis das iniciativas presentes na pesquisa
As 74 iniciativas identificadas na pesquisa responderam de forma consistente a alguns critérios: formação integral, articulação comunitária, acesso e uso da terra, valorização da memória e identidades locais, enfrentamento ao racismo, incentivo à permanência dos jovens no campo e integração local. Entre elas, 16 experiências foram destrinchadas nos cadernos sobre escolas quilombolas, educação do campo, projetos na fronteira e escolas indígenas (clique aqui e baixe as publicações ou acesse a Biblioteca do Conviva).
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