Segundo processo, pároco foi alvo de 5 extorsões de hacker com quem teve romancee chegou a passar R$ 2,9 milhões da Basílica do Divino Pai Eterno ao criminoso.O fato deu início à investigação sobre desvio do dinheiro de doações.
O padre Robson Oliveira Pereira, de 46 anos, que comandava a Basílica do Divino Pai Eterno em Trindade, na Região Metropolitana da capital Goiânia, teria sido alvo de extorsão de dois hackers, com quem teve supostos casos amorosos. A informação consta de depoimentos colhidos pela Justiça junto ao Ministério Público de Goiás e à Polícia Civil, que investigam o caso.
Ao ser chantageado, o padre teria pago R$ 2,9 milhões aos chantagistas desviando verbas da Associação dos Filhos do Divino Pai Eterno (Afipe) A soma desviada gerou suspeita e deu-se início ao processo que desencadeou a operação de desvio das doações de fiéis.
A defesa do sacerdote, que está afastado das atividades religiosas, disse ao site de notícias G1 que "padre Robson foi vítima de extorsão, tendo buscado suporte da Polícia Civil, que monitorou as transações, e culminou na prisão dos extorsionários".
Padre Robson é apontado como líder de grupo que movimentou R$ 120 milhões de forma suspeita
O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) aponta que um grupo liderado pelo padre Robson de Oliveira Pereira, presidente da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), teria movimentado cerca de R$ 120 milhões de forma suspeita.
Conforme a investigação, valores arrecadados de fiéis, majoritariamente para a construção da nova Basília Santuário do Divino Pai Eterno, foram utilizados em benefício próprio e de terceiros. O MP-GO afirma que o imóveis vinculados às associações também eram usados pelo padre e terceiros.
Para o MP-GO, o padre “criou várias associações com a mesma finalidade, endereço e nome, e com inovações e alterações estatutárias que gradativamente lhe deram poder absoluto sobre todo o patrimônio das Afipes”.
O MP-GO afirmou que a Afipe se tornou “uma grande empresa”. “Ela tem argumento religioso, mas se converteu numa grande empresa, que explora agropecuária, venda de imóveis”, disse o promotor. “As contas bancárias foram usadas para comprar fazendas, residências em condomínios fechados em Goiânia, em São Paulo”, completou.
Ele citou ainda que “muitas pessoas que orbitam em volta das Afipes começaram a apresentar uma valorização patrimonial muito grande”.
Martins ponderou que ainda é cedo para imputar a prática de qualquer crime ao Padre Robson e aos outros investigados. “Precisamos analisar a documentação. Apreendemos muitos documentos, pen drives e HDs”, informou. “Tentaremos analisar a origem desse dinheiro. Existem alguns repasses que identificamos, que não estão devidamente esclarecidos. Alguns valores, algumas citações de empréstimos que precisamos entender”, explicou.