23.3.20

NÃO SEI FAZER VERSOS COMO VALDIR MERECE, MAS SEI SENTIR A SAUDADE QUE ELE DEIXA

Imagem: Retrato de Valdir Teles pintado pelo artista tuparetamense Flaviano

O filósofo e político cubano JOSÉ MARTÍ disse certa vez que "Um grão de poesia é suficiente para perfumar um século". É que Poetas abençoados com o dom da genialidade criam 'essências' eternas e são essenciais no roçado onde quer que as mãos divinas os tenham plantado.

É nessa categoria privilegiada de seres, que se encaixa nosso Valdir Teles, cujo coração imenso transbordou e o levou em sua enchente, como os açudes na manhã do domingo após uma madrugada de muita chuva no Pajeú.

Valdir compôs seus dias entre nós fazendo o que sabem de melhor fazer os poetas grandes: semear, perfumar os séculos, transcender nossas insignificâncias. Deixa-nos, no final de tarde de um triste e inevitável domingo de casas acuadas em quarentena - deixa-nos porque o corpo é matéria temporária -, mas permanecerá pelos séculos afora, em cada grão que semeou com suas rimas, sua voz e sua maestria.

Poucas pessoas fizeram tanto pela cultura do Pajeú, do Sertão, do Nordeste, do Brasil, da Arte poética quanto o nosso conterrâneo pajeuzeiro Valdir Teles. Pensando localmente, creio que até hoje ninguém fez tanto pelo nome e pela divulgação de nossa Tuparetama mundo afora quanto Valdir Teles! 

Sentindo imensamente sua partida prematura, unindo-me a todos os tuparetamenses e nordestinos que hoje choram sua morte, gostaria de findar esse breve comentário emotivo ressaltando o que havia de maior em Valdir - e não era sua Arte que todos concordamos ser malassombradamente genial - , a grandeza de Valdir estava (e permanecerá) no seu amor à terra, aos amigos, à família. Amor traduzido em generosidade absoluta e humildade cativante... e não é isso, afinal, que é a Poesia?

Deus, artista absoluto, te receba em festa, amigo Valdir.
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