28.3.13

ARTIGO DE JOEL GOMES: "BARRAGEM PARA O PAJEÚ, CADEIA PARA LALAU. AS IRONIAS DO DESTINO"

Em 1998 iniciaram-se as obras da Barragem de Cachoeirinha que beneficiaria os municípios de Ingazeira, Tabira, São José do Egito e Tuparetama. Evidentemente que toda a região empolgou-se com a chegada das máquinas para construir o sonho de muita gente esperançosa, alguns, inclusive, trabalharam nas picadas abertas na vegetação para topografia. 

Víamos com bons olhos que o Decreto de 2 de setembro de 1998 -assinado pelo ex-presidente FHC- [Declarando de Utilidade Pública, para fins de desapropriação, pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS, a área de terra e benfeitorias que menciona, e dá outras providência" - ipsis litters - de 03 de Setembro de 1998 - DOU N. 169 - Quinta Feira] renovando os outroras publicados, realmente trazia o "progresso e água para o alto pajeú". Pura utopia. Nós, nordestinos que somos e além de tudo fortes, iríamos mais uma vez conhecer de perto a desilusão. E que desilusão! 

Perguntávamos por vezes: O que tem haver São Paulo com Ingazeira, Tabira, São José do Egito e Tuparetama? Sabemos expressamente a resposta: Exportamos mãos-de-obras que foram e são exploradas pela grande metróple. E com Brasília? Na ponta da língua respondemos: Os parlamentares que lá estão não teem respeito ao povo (existe excessões). Pois bem, voltemos a Barragem de Ingazeira (ou Cachoeirinha). 

Iniciadas as obras, logo, logo foi paralisada.  Diziam que os problemas que levaram a súbita paralisação estava em São Paulo e Brasília. E o matuto interrogava - "Danou-se, agora não teremos água nem produção para alimentar nossa gente e os animais!". Matuto que é matuto se preza e vai atrás dos fatos. Noticiaram que um tal de "Edifício do TRT que estava sendo construído em São Paulo pela Construtora IKAL, juntamente com um Juiz Trabalhista (sera?) que presidia o tal TRT de lá, denominado de LALAU, desviaram aproximadamente 170 milhões de reais". 

Abrangência da Barragem da Cachoeirinha, cuja ordem de serviço foi assinada esta semana, na visita da Presidenta Dilma a Serra Talhada. A obra está prevista para 12 meses.

Alguns agem como dizia Berthold Brecht, "estufa o peito e diz: e eu com isso?" A justiça é tardia mas veio e trouxe uma luz: quem construia a época a Barragem de Ingazeira (ou Cachoeirinha) era, também, a Construtora IKAL que pertencia a um Senador de Brasília chamado de Luiz Estevão (ou Estevam). 

Feitas as interrogativas viu-se que um Juiz, que deveria ser um homem direito, juntamente com um Senador que deveria zelar pela coisa pública, uniram-se para ROUBAR e mais uma vez o povo pajeuzeiro perdeu as esperanças. 

No entanto, por IRONIA DO DESTINO, quando as esperanças se renovavam no momento em que o Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, representantes do DNOCS e a Presidente Dilma Roussef assinavam a Ordem de Serviços da Barragem de Ingazeira, em Serra Talhada/PE, dia 26/03/2013 a JUSTIÇA cassava a Prisão Domicilar do Juiz NICOLAU DOS SANTOS NETO - O LALAU, que ha treze anos "estava preso numa mansão no Morumbi". Agora ele vai pra CADEIA. Luiz Estevão foi cassado, no entanto continua rico e nós morrendo de sede e padecendo com uma das maiores estiagens de toda a história. 

Qual o prejuízo maior: a cadeia do LALAU, a Cassação do Senador ou o nosso sofrimento? (advindo desde 1941, ano inicial dos estudos para construção da Barragem) A Justiça é tardia, porém não falha! Renovadas as esperanças, que DEUS ilumine o(s) gestor(es) da Barragem de Ingazeira (ou, mais uma vez, Cachoeirinha) e venhamos nós abraçarmos o Rio Pajeú que nos dará água e produção. Zelemos por ele, o velho Rio Pajeú,  que também pede socorro. 

Joel Gomes 
Vereador - PR - Tuparetama
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